O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é um transtorno de ansiedade com uma base neurobiológica. Esta condição cerebral afeta o modo como as crianças e adolescentes pensam. Caracteriza-se por obsessões e compulsões que ocupam uma quantidade considerável de tempo do portador e interferem nas suas relações familiares e sociais.
Obsessões involuntárias são pensamentos intrusivos, imagens ou impulsos que podem causar preocupação e temor insuportável. Para lidar com as obsessões, a pessoa que tem TOC tem de realizar atos mentais ou físicos chamados de compulsões. Compulsões são rituais repetitivos que fazem os indivíduos com TOC se sentirem melhor quando realizá-las, mas o alívio é apenas temporário. Alguns portadores não se sentem ansiosos e outros nem sequer têm pensamentos obsessivos, mas sim um desejo incontrolável, um sentimento de ter que realizar ações repetitivas. Atualmente, não há cura para o TOC sendo este uma condição crônica. No entanto, tal como crianças com asma, alergias ou diabetes que aprendem a gerir as suas condições, as crianças com TOC podem aprender a gerir as suas obsessões e compulsões com o tratamento certo - e apoio educativo Crianças, por vezes descrevem suas obsessões como "maus pensamentos" ou receios ou preocupações - e por vezes eles têm muita dificuldade de colocar em palavras o que os está incomodando. Em alguns casos, as crianças apresentam sintomas de TOC num ambiente, mas não em outro - por exemplo, os sintomas aparecem, em casa, mas não na escola. Algumas crianças e adolescentes conseguem suprimir ou esconder seus sintomas, porque eles temem punição ou ridicularizarão em casa ou na escola. Em ainda outros casos de TOC, uma criança ou adolescente é incapaz de evitar ou resistir às compulsões que "desfazem" os maus pensamentos e os fazem se sentir melhor temporariamente. Alguns sintomas:
Escovar dentes Tomar banho
Ler a mesma revista, jornal ou livro.
Arrumação de brinquedos.
Contar azulejos, pisos em ladrilhos
Na arrumação de brinquedos Normalmente, essas “manias” obsessivas consomem muito tempo, gerando angústia e ansiedade tanto para a criança quanto para seus familiares Não se sabe exatamente o que provoca o TOC. Pesquisas têm apontado fatores neurobiológicos incluindo a predisposição genética e fatores psicológicos (aprendizagens errôneas e crenças distorcidas) como influenciadores do aparecimento e da manutenção dos sintomas. Algumas crianças e adolescentes podem, também apresentar sintomas do TOC resultantes de infecções por bactérias estreptococos. Os pais muitas vezes se culpam, ou querem saber o que eles fizeram de "errado" para causar esse problema desolador. Mas a culpa não é dos pais. Os pensamentos repetitivos e os sentimentos desagradáveis do TOC podem ser devido a problemas na comunicação entre certas áreas cerebrais. Ainda não está claro qual seria a natureza destes problemas ou a causa, mas produtos químicos no cérebro (tais como a serotonina) podem estar envolvidos. Os tratamentos mais frequentemente utilizados para o TOC são a terapia cognitivo-comportamental (TCC) e/ou medicamentos que inibem a recaptação de serotonina e que atuam para reduzir a ansiedade. Para algumas crianças e adolescentes, associar estas duas modalidades de intervenção pode ser a forma mais eficaz de tratamento. Um estudante portador de TOC e que não está recebendo tratamento pode vivenciar momentos difíceis na sala de aula ou para completar suas tarefas em classe ou em casa. O TOC pode provocar extrema ansiedade, que, às vezes, pode realmente sobrepujar o aluno. Crianças e adolescentes podem descrever o sentimento crescente de ansiedade como se fosse uma subida ou um vulcão prestes a entrar em ebulição - e o alívio só chega quando a pressão é liberada. Infelizmente, o alívio é normalmente um comportamento compulsivo que pode ser extremamente perturbador para a aprendizagem do aluno e, possivelmente, para a sala de aula. Não só o TOC pode afetar negativamente o desempenho acadêmico, mas também pode ter efeitos devastadores para uma pessoa em sua capacidade de interagir adequadamente com os outros. Como resultado, as oportunidades de amizades e diversão podem ser perdidas e a autoestima pode ser negativamente afetada. A juventude é um momento crítico para o desenvolvimento de habilidades sociais e de relacionamentos e o TOC pode ser um bloqueio de importantes progressos no desenvolvimento afetivo e social. As crianças devem ser encorajadas a controlar os comportamentos socialmente inaceitáveis sempre que possível e a tentar substituir as condutas inaceitáveis por outras socialmente aceitáveis. Mesmo que o TOC não esteja funcionalmente prejudicando no cenário escolar, saber que o professor está ao seu lado ou que o ambiente escolar é livre de estigma pode fazer uma diferença positiva e real para o portador e sua família. O primeiro passo para ajudar um aluno portador é reconhecer que o transtorno pode estar presente em suas atitudes. Márcia Alves Referências: KAPLAN & SADOCK; Manual de Farmacologia Psiquiátrica, 1993. LEVY, Daniela; Transtorno Obsessivo Compulsivo na Infância, in.Clube do Bebe endereço eletrônico: http://www.clubedobebe.com.br/, acessado em 26 de outubro de 2005. LOTUFO-NETO, F. Distúrbio obsessivo-compulsivo e Depressão.Jornal Brasileiro de Pasiquiatria, v. 42, n. 1, p. 29-32, 1993. MIGUEL, E.C. Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo: Diagnóstico e Tratamento. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 1996.
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